segunda-feira, 4 de julho de 2011

Encruzilhada

Esse termo não é nada sedutor. Lembra-me as histórias bizarras que escutava quando criança e que remetia à cena da galinha preta com farofa deixada propositadamente em um desses locais em 'benefício' de alguém.

Ali, na simbologia profana de uma crença, amarrava-se (e ainda se amarra) o destino de alguém...

Sinto-me assim. Completamente alheia ao meu destino. Sem rumo, sem lastro...
Onde foi que eu me perdi? O que posso fazer?
Ir, ficar ou voltar???

Oh, Deus, mostre-me o caminho!!!



domingo, 3 de abril de 2011

Já não sei bem aonde vou

Acordei com essa música martelando na minha cabeça: 
É claro que a sonoridade e beleza das vozes de Ana Carolina e Maria Gadú encantam por si só. Mas, a letra também diz algo mais, além do usual ramerrão que marca a ruptura das relações amorosas. 

“Já não sei bem aonde vou, mas agora eu vou”.

Quando o destino parece incerto, hesitamos em ir. Imagine prosseguir sem se saber para onde. Difícil?!

Acho que é isso: a vida é breve para ficarmos à espera de que algo fantástico aconteça e afaste sensações desagradáveis. Perda de tempo (e de vida) ficar de braços cruzados esperando pelo sobrenatural. 

Entendo que há uma indefinição sobre o caminho, mas, mesmo assim, é preciso prosseguir. Pior é optar pela inércia.

Preparados para prosseguir, é hora de organizar a bagagem. Abrir-se para a vida e para as surpresas que ela nos reserva, carregando consigo apenas a convicção de que alguns lugares não serão revisitados.

Sim, é preciso prosseguir. Sem saber exatamente o que se quer, nem aonde chegar. Importa seguir adiante. Basta apenas a convicção do que NÃO se quer experimentar na nova estrada. Cada passo, sem dúvida, é uma chegada.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Momento de renovação

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí, entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número, e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente". Carlos Drummond de Andrade

Nesse período do ano é normal fazermos reflexões sobre o que passou e sobre o que estar por vir. Hora de fazer o balanço do ano que termina e de listar as resoluções para “o ano que vai nascer”.

Antes de pensarmos no conteúdo para o Ano Novo, olhamos para trás pra verificar o que ficou em aberto na lista anterior. Alguns itens, nem de longe, foram cumpridos. Fatos nos levaram a mudar de rota completamente e, agora, na hora de fechamento, premidos pelo espírito da renovação, tais itens entrarão na lista que está prestes a ser confeccionada. Muito legítimo isso. Afinal, a vida é um eterno recomeço.

Entre planos de emagrecer, frequentar a academia, fazer pilates, retomar as aulas de inglês, fazer MBA, trocar de carro, existem aqueles que estão em outro patamar, que dizem respeito, por exemplo, à espiritualidade ou à forma com que você se relaciona com as pessoas.

É sempre bom começar o ano imbuído do desejo de ter uma relação mais próxima com Deus e, em contrapartida, se afastar dos apelos consumistas vigentes na sociedade moderna. Alimentar a alma é fundamental...

No plano das relações, às vezes, se posicionar não é tão simples. Isso porque aqui, há que se contemplar o outro.

Lembro-me de que há poucos anos, desiludida talvez com a falta de compromisso das pessoas, algo tão comum nos dias de hoje, escrevi: “só darei bola para aqueles que forem capazes de retribuir a atenção recebida”. Não sei o que houve, mas, a partir do momento em que adotei essa premissa como norte para as minhas relações pessoais, a vida ficou mais leve.

Relacionar-se com as pessoas esperando que haja por parte delas um comprometimento que, na realidade, não há, só nos traz sofrimento. A reciprocidade é pressuposto para qualquer relacionamento. Se não há isso, não há como prosseguir adiante.

Se o ônus de sustentar uma relação de amizade cabe tão somente a você, sinto muito, mas isso não é amizade. Relações assim precisam ser expurgadas da nossa vida. Por que insistir em algo que só nos dá decepções e aborrecimentos?

Purificar esse lado da vida também é importante. Às vezes, é preciso virar as costas para algo supostamente significativo e seguir adiante, ainda que seja necessário se trancar na própria vida numa espécie de alienação egoísta – que, aos poucos, será, sem dúvida, até prazerosa.

Não sei, mas, à medida que o tempo passa, percebo que “a gente vive mesmo é para se desiludir e desmisturar” (Guimarães Rosa em Grandes Sertões Veredas). Só nos resta, pois, coragem para nos distanciarmos do que não nos faz bem. Creio que sempre vale a pena!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Detalhes tão pequenos... fazem a diferença

Escutei a narrativa de um jovem brasileiro, desencantado com a interpelação feita por um transeunte francês que, ao ser indagado acerca da exata direção a tomar para chegar a determinado destino, retrucou, de chofre: “ -Premiére, on dit bonjour”.

É claro que os conterrâneos de Napoleão Bonaparte não podem ser considerados um primor em termos de educação. Pelo contrário, o mundo é uníssono ao propalar a grosseria do povo francês, mais especificamente dos parisienses, os quais lastreiam tal comportamento na justificativa de que os milhares de turistas que lá aportam levam-os a agir com certa impaciência.

Tal episódio, no entanto, me fez refletir sobre o quanto estamos nos distanciando de hábitos que deveriam fazer parte do nosso dia a dia. Passar ao largo das boas regras de convívio social é trivial nos dias de hoje. Em nome do pragmatismo, opta-se pela objetividade e, sem que se perceba, abre-se mão da gentileza.

Lembro-me de que, há tempos atrás, era corriqueiro ensinar algumas palavras mágicas às nossas crianças: bom dia, obrigado, por favor, com licença, desculpe...

Parece-me, todavia, que a roda viva em que estamos mergulhados fez com que tais delicadezas caíssem no esquecimento. Escudados no stress – que a tudo justifica – cada dia entronizamos comportamentos que, automatizados, fazem parte de uma rotina que, em outras épocas – nem tão distantes assim – seriam execrados.

Ser rude virou lugar comum...

Cumprimentar o porteiro, o companheiro de elevador, dar passagem no trânsito, ficar atento ao pedestre, tratar com deferência as pessoas mais velhas, ser pontual, saber ouvir, entre muitas outras coisas, são atitudes cada vez mais raras.

Afinal, estamos todos cansados e, porque não dizer, ansiosos, deprimidos, melancólicos, padecendo de carências afetivas ou de uma síndrome qualquer entre tantas que existem por aí.

E assim seguimos adiante - desbussolados - sem sabermos ao certo pra onde ir e sem nos darmos conta de que a força contida em nossas mais delicadas e íntegras ações é que fazem a diferença.

sábado, 13 de novembro de 2010

Lindas de babar

Este mês, vivi algo inusitado: o meu momento Gisele Bündchen. Achei a experiência fantástica! Fiquei um pouco desconcertada, no início (falta de prática, rsrsrs), mas, ao final, creio, o resultado foi satisfatório http://www.evelinebartels.com.br/v2/lindas.php

Tudo teve início quando minha dermatologista me escolheu, juntamente com outras pacientes, para fazer algumas fotos com o intuito de mostrar os efeitos – benéficos, espero – dos cuidados adotados ao longo dos anos.

Fiquei extremamente lisonjeada com o convite e, claro, além de ser algo que envaidece qualquer mulher – aqui, quero mandar a modéstia às favas – viver algo parecido quando já não se tem 20 e poucos anos infla o ego de qualquer mortal.

Por mais simples e banal que seja, fazer as fotos me deu uma leveza incrível e, como a própria doutora Eveline comentou no EB News, tal iniciativa, tem provocado alvoroço entre as pacientes. Viva! Que sejamos todas disciplinadas com os cuidados necessários para chegarmos ao nível de excelência exigido.

As fotos foram feitas na própria clínica que, indiscutivelmente, é um luxo só. Muito bem instalada e localizada em plena Av. Bandeirantes. Logo de cara, somos brindadas, com o sorriso e gentileza do Jordano, manobrista que nos impede de fazer qualquer esforço. Durante todo o tempo fui paparicada pela Rayane (“rayto de sol”), pelo maquiador Silvinho (do WM Studio Ponteio Lar Shopping) e pelo fotógrafo Rodrigo Bressane. Tudo sob a supervisão atenta da Dra. Eveline. Com todo respeito, uma mulher que, sem dúvida, é linda de babar....A-M-E-I!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Somos a soma das nossas escolhas


Há algum tempo, li essa frase atribuída a Woody Allen e por achá-la interessante, anotei-a na minha agenda e, aos poucos, fui assimilando seu verdadeiro significado. Nunca me esqueci...

Talvez, em virtude dos altos e baixos que a vida dá, volta e meia ela me vem à mente e, hoje, cai fundo em mim a verdade de que nada mais somos do que a soma das escolhas que fizermos ao longo da vida.

Não dá pra viver como proa ao vento sem interferir no nosso destino, sem escolher entre o branco e o preto, entre o chá e o café, entre a praia e a montanha, entre o alto e o baixo, entre levantar ou dormir o dia inteiro...

Ter ou não ter filhos? Ser médico ou arquiteto? Pintar o cabelo de ruivo ou de loiro? Comprar carro preto ou prata? Fumar ou não fumar? Ser sedentário ou não? Casar ou não se casar?

A todo tempo, estamos escolhendo...

Também não dá pra retroceder o tempo todo. É preciso refletir pra escolher e, uma vez feita a escolha, tentar levá-la adiante, ou seja, bancar a escolha feita, senão estaremos a todo tempo mergulhados em um processo de autosabotagem.

Isso não quer dizer que as escolhas feitas devam ser imutáveis. É claro que, ao longo da caminhada, temos o direito de mudar e, ao invés do vermelho, optar pelo amarelo. Sem dúvida, a mudança de rota também nos permite viver várias vidas em uma só, ter outras experiências, enfim, outras histórias pra contar.

É preciso, contudo, ter o cuidado para não alterar a trajetória bruscamente, senão corre-se o risco de viver a vida atabalhoadamente, num processo de rearranjo que não tem fim.

Nada melhor, portanto, do que dar uma olhada pra si, indagar dos próprios limites, para, ao menos, tentar fazer as escolhas que, de fato, lhe caem bem, que realmente dizem respeito a você.

Somos sim, detentores do poder de mudar o rumo da nossa história. A escolha quem faz é VOCÊ.

domingo, 24 de outubro de 2010

"Comer, rezar e amar"

Já na estreia assisti a “comer, rezar e amar”. Como muitas de nós, estava ansiosa pra ver o filme cujo livro - me recordo bem - li em 2008 quando fui conhecer a ilha de Fidel. 

A parte em que Liz narra as emoções vividas no piso do banheiro, momento em que, de fato, decide romper com o casamento sem, lógico, saber ainda o que viria depois, provocou em mim um turbilhão de emoções. Era como se eu estivesse naquela situação. Afinal, todos nós, em algum dia, pensamos em deixar tudo pra trás pra seguir rumo a um lugar onde pudéssemos literalmente “dar um tempo” de tudo e de todos, até de nós mesmos talvez, a fim de dar cabo à apatia que, sem que tenhamos percebido, ao longo do tempo, se instaura em nossas vidas. 

É nesse ponto que a saga narrada no livro se mostra interessante. Quem assistiu ao filme talvez não consiga apreender a intensidade desse momento de ruptura que, infelizmente, ficou bem diluído na tela, mas que, no livro é bem pontuado. Sem dúvida, o momento crucial da narrativa, vez que, além de delimitar o término da relação afetiva, mostra o desejo da autora, no filme interpretada por Julia Roberts, de partir para uma outra realidade.

Um ano de viagem à Itália, Índia e Indonésia! É preciso coragem pra deixar a vida aparentemente estável (marido, emprego, casa, amigos) para buscar um propósito de vida diverso, contrário à expectativa da maioria das pessoas que nos cercam. Qualquer mudança, por menor que seja, gera sempre insegurança, algo que, inegavelmente, nos paralisa. Lidar com as palavras de desencorajamento que, certamente, surgirão nos amedronta ainda mais. 

Superar medos e limitações: essa é a tônica do filme. Sair de cena para olhar pra si próprio e seguir rumo ao inesperado é algo desafiador. Experimentar o inusitado, lidar com surpresas agradáveis e outras nem tanto, deixar pessoas queridas, conhecer outras que não substituirão ninguém, mas que também nos darão alegrias, chorar de saudade de casa, da família, dos amigos... Não é fácil. Haja coragem!


Não é preciso, contudo, jogar tudo pro alto para impedir que a vida prossiga no “piloto automático”. Ano sabático é sonho de consumo de muitos, mas permitido a poucos. Que tenhamos, pois, semanas, dias, horas, enfim.  O que não dá é pra subtrair o prazer, a reflexão e a emoção do nosso dia a dia. Seria como reduzir a vida a quase nada e correr o risco de não assumir o leme da própria jornada. E isso, cá pra nós, ninguém merece!