quarta-feira, 21 de abril de 2010

Desfiz de mais um ano

Em meio aos parabéns, abraços, presentes e telefonemas de amigos e parentes, completar mais um ano de vida é sempre motivo de alegria. Em um mundo que, no dizer de Cássia Eller, está às avessas, a cada ano que passa, somos brindados com a grata sensação de sermos vencedores.

“Desfazer-se" de mais um ano implica reacender a esperança de que será possível começar tudo de novo, embora com um ano a menos. Sábio Rubem Alves!

Na trama da vida, cada um de nós recebe um punhado de anos. A alguns, cabe apenas a milésima parte do inteiro. Para outros, a tessitura é maior e o fio empregado vai diminuindo à medida em que os anos vão se passando. Não sabemos se restam duas, cinco, vinte, cinquenta ou setenta fileiras...

Só sabemos que cada dia que passa é menos um dia. A angústia da consciência de que somos mortais, de que, de repente, seremos capturados deste mundo nos apavora, nos sufoca, nos paralisa e, por vezes, nos desnorteia. Triste angústia do fim!

Embora isso seja real, os anos vividos não me roubaram o entusiasmo, tampouco as marcas do tempo, que, aos poucos, vão se tornando visíveis. As marcas da alma? Essas também estão aqui e, naturalmente, são elas que me empurram pra frente, me fazem melhor e, sem dúvida, mais forte. Olhar pra trás?! Nem pensar. Pelo contrário, quero seguir adiante, “fazendo da queda um passo de dança”.

No último domingo, respirei fundo, senti a brisa no meu rosto, olhei para o céu azul e agradeci a Deus por estar aqui. Viva e cheia de saúde! Agradeci por ter sido acarinhada pela minha família, pelos meus amigos, os de longe e os daqui de pertim. Agradeci pelo abraço do meu filho, pelo afago da minha mãe, pelo carinho da minha irmã. Agradeci, sobretudo, a Deus.

É isso. Viver é uma bênção! Viva la vida.